quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Desafios para a construção civil no Brasil

Por Bruno de Athayde Prata

Este artigo tem por objetivo discorrer sobre alguns dos muitos desafios sobre os quais a construção civil brasileira se defronta. Relatar estes problemas não é um motivo de desestímulo para os jovens que estão ingressando na área da construção civil. Pelo contrário, a apresentação destes desafios serve como uma instigação, um incentivo. Ainda há muito por fazer; portanto, o campo de atuação dos novos profissionais é vasto.

No Brasil, a construção civil contribui com cerca de um terço do Produto Interno Bruto - PIB (o qual corresponde a soma de tudo o que é gerado no país). O setor supracitado também contribui incisivamente para o número de carteiras assinadas no Brasil, sendo um dos maiores responsáveis por empregos diretos. Estes são dois indicadores que apontam para a importância da construção civil para a economia brasileira.

Apesar desta notória relevância, a construção civil no Brasil padece de grande ineficiência. Estudos remontam que a produtividade em um canteiro de obras em nosso país é da ordem de 45 homens-hora por metro quadrado, enquanto na Dinamarca este indicador é da ordem de 22 homens-hora por metro quadrado. Afirma-se que a produtividade em um canteiro de obras pode chegar em 10 homens-hora por metro quadrado. É evidente que a nossa produtividade deixa muito a desejar. Somos muito ineficientes.

No Brasil, existe uma grande escassez de mão-de-obra qualificada, em todos os níveis. Faltam pedreiros, carpinteiros, ferreiros, eletricistas, bombeiros hidráulicos, técnicos, tecnólogos, engenheiros. Estados estão com problemas sérios de mão-de-obra, como é o caso da Bahia, em que moradores de rua estão sendo capacitados para ingressarem como mão-de-obra de construtoras. Ainda assim, faltam pessoas qualificadas. Em alguns Estados, já se importa mão-de-obra de países vizinhos, como a Bolívia. Falta emprego no Brasil ou faltaria qualificação? Um colega meu que trabalha na área de construção civil afirmou que a empresa em que trabalha está precisando de engenheiros. Tente adivinhar quantos engenheiros foram requeridos. Um? Dois? Cinco? Não... a empresa precisa de duzentos engenheiros. Obviamente ela não vai conseguir tamanho quadro de profissionais da noite para o dia. O famoso cartaz “Não há vagas”, que sempre foi afixado nos tapumes, hoje poderia ceder lugar a um cartaz “Não há profissionais qualificados”.

Outra questão pertinente diz respeito aos problemas de gestão na construção civil. A indústria da construção civil, em geral, dificilmente consegue satisfazer um cronograma na execução de um empreendimento. A qualidade do produto final, por muitas vezes, acaba deixando muito a desejar. O desperdício usualmente é imenso. Clientes insatisfeitos, imagem negativa. Isso tem de mudar.

E a inovação tecnológica? A 20 anos atrás se usava máquina de datilografar, hoje este é um artigo de museu. Desde quando (e até quando) faremos alvenarias com tijolos cerâmicos, usando revestimentos argamassados e gerando muito entulho, sujeira e desperdício? Qual a imagem que temos de uma indústria do setor farmacêutico? Profissionais de bata, desenvolvendo produtos com tecnologia de ponta em um ambiente quase futurista. Qual a imagem que temos de uma indústria da construção civil? Sujeira, obsolescência, ineficiência. Isso tem de mudar.

Existe espaço para quem quer prosperar na construção civil. As vagas são inúmeras e outros infindáveis postos de trabalho ainda estão por vir quando houver uma avalanche de inovações tecnológicas no setor. Profissionais pró-ativos, com uma visão empreendedora e potencial voltado para a eficácia e a eficiência das operações serão sempre valorizados no mercado de trabalho. Os desafios estão aí e a indústria da construção civil clama por profissionais qualificados para uma revolução, bem como uma evolução, do setor.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Novas bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ)

Foram obtidas mais cinco bolsas de Iniciação Científica Júnior (ICJ) para os alunos de Edificações do IFCE – Campus Quixadá. Essas bolsas são concedidas pelo CNPq através da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP, objetivando despertar talentos e vocações para ciência através da participação em atividades de pesquisa ou de extensão tecnológica sob a orientação de um professor qualificado para tanto. Os professores contemplados foram:

PROFESSOR / ORIENTADOR

TÍTULO DO PROJETO

NÚMERO DE BOLSAS

Francisco Alves da Silva Júnior

“Concreto com adição de resíduo de borracha de pneu para aplicações expostas ao ambiente, resistentes a variações térmicas elevadas”

03

Karinna Ugulino de Araújo Maranhão

“Avaliação e adequação de habitações autoconstruídas no município de Quixadá/CE”.

02

O resultado pode ser consultado no link abaixo:

http://www.funcap.ce.gov.br/resultadoeditais/Resultado%20Edital%20ICJ_novo.pdf